7 startups que ajudam quem quer uma renda extra no fim do mês
Os brasileiros procuram cada vez mais formas de complementar a renda. Confira empreendimentos que apostam nessa tendência:
São Paulo – De uns anos para cá, o assunto “renda extra” explodiu: sentindo os efeitos da recessão econômica, os brasileiros procuram formas de complementar o salário que já recebem todo mês – ou buscar uma alternativa de renda principal durante o período de desemprego.
Esse é um quadro que ainda pode demorar para melhorar. “Acho que a gente ainda vai sofrer os efeitos econômicos da crise no próximo ano. O consumo ainda não teve uma retomada de aquecimento, o que faz com que as empresas não contratem mais e haja muitas pessoas buscando uma nova fonte de renda”, analisa Paulo de Tarso, sócio-fundador da startup de negociação de dívidas Kitado e especialista em finanças pessoais.
Onde tem grande demanda, há a oportunidade de criar empreendimentos que a atendam. As startups mais famosas nesse quesito são o Airbnb e o Uber – que usam a residência e o automóvel de seus participantes, respectivamente.
EXAME.com elencou outras opções de empresas que fazem sucesso de uma maneira similar: aproveitando bens e habilidades que as pessoas já possuem em troca de uma renda extra.
Tendo um bom planejamento, esse empreendimento pode até mesmo virar a renda principal. “Primeiro, o empreendedor precisa entender se o tempo que ele gasta na atividade é de fato remunerado – ou seja, se cobre os custos e ainda tem alguma sobra. Deve analisar depois se, com mais tempo e investimento, a margem de lucro irá aumentar. Caso essa conta seja positiva, a recomendação é que ele faça novos investimentos para transformar essa atividade em renda principal”, diz Tarso.
Veja, a seguir, algumas startups que fazem sucesso ao dar uma renda extra para seus clientes no fim do mês:
1. DogHero
A DogHero nasceu em 2014, inspirada no movimento de economia colaborativa chefiado por Airbnb e Uber. Por meio da plataforma, você pode achar a melhor babá para seu cãozinho quando você não tem como ficar em casa com ele– ou, no caso de querer uma renda extra, ser o cuidador do pet.
O usuário abre o aplicativo ou o site da startup e vê quais “anfitriões” – nome dado para os cuidadores de pets – estão próximos. A partir daí, é possível entrar em contato com o anfitrião e marcar encontros de relacionamento. Se as conversas forem bem, o pagamento é feito e o cachorro é hospedado pelo anfitrião. Ao final da reserva, o cliente pega o cachorro e consegue deixar uma avaliação do serviço no perfil do cuidador, para que clientes futuros possam julgá-lo.
Hoje, a DogHero possui 7,5 mil anfitriões e 40 mil noites foram agendadas nos últimos três meses. Segundo o sócio-fundador Eduardo Baer, o ticket médio é de 200 reais. Para cada hospedagem, 25% do valor vai para a DogHero como taxa de administração e de seguro veterinário.
Em 2017, a startup projeta chegar a 20 mil anfitriões. “Nós não abrimos faturamento, mas, em 2017, pretendemos continuar crescendo de 15 a 20% por mês”, diz Baer.
Conheça a história da DogHero em mais detalhes.
2. Elo7
A Elo7 começou em 2008, com o objetivo de permitir que vendedores tenham um espaço online para comercializar produtos artesanais e customizados – desde produtos para casa e para casamentos até roupas de bebê e crochês.
Para Carlos Curioni, CEO da plataforma, muitos dos vendedores procuram uma renda extra. “Tem aquela pessoa apaixonada por arte, que como profissão já faz isso. Mas também tem muita gente que produz como alternativa ou complemento de renda a carreiras mais tradicionais. O número de vendedores vem aumentando por conta da crise.”
Hoje, há 70 mil vendedores ativos na Elo7, que vendem em média por um preço de 100 reais. A plataforma recebe 20 milhões de visitas por mês e já gerou 450 milhões de reais este ano em decorrência das vendas feitas.
Não há custo de entrada na plataforma, e sim uma comissão de 12% que é paga pelo vendedor sobre o valor de comercialização do seu produto. “A taxa financia estar presente em todos os nossos canais digitais, beneficiar-se do marketing que fazemos, ter o processamento de pagamento já estabelecido e reduzir custos de logística: a despesa que você tem para enviar produtos se estiver associado ao Elo7 pode chegar a ser 50% menor do que se for individualmente aos Correios”, diz Curioni.
Para 2017, a Elo7 espera crescer por volta de 50%.
3. Eu Entrego
A Eu Entrego é uma startup criada no início deste ano e que parece um “Uber das entregas”. O negócio conecta negócios a uma comunidade de entregadores independentes, oferecendo uma alternativa fácil, flexível e de baixo custo para levar ou trazer qualquer coisa, de qualquer lugar e a qualquer momento.
Tudo começa quando um usuário solicita um serviço de entrega por meio da startup. Ele descreve o que deseja entregar, o tamanho e o peso da encomenda. Depois, define o local e a data de retirada do objeto, o prazo de entrega e o endereço final. Por fim, indica quanto pretende pagar pelo serviço.
A Eu Entrego, então, repassa esse pedido aos entregadores mais próximos, que podem aceitar ou negociar o valor oferecido pelo usuário. O entregador só aceita encomendas que ele julgar convenientes para ele – por exemplo, que estejam no seu trajeto de trabalho.
Assim que o acordo é selado, o usuário pode visualizar a localização do entregador, enquanto este pode reportar o passo a passo da entrega. Depois que o serviço é finalizado, há um processo de avaliação tanto do entregador quanto do usuário.
O ticket médio de cada entrega é de 35 reais e os mais dedicados da Eu Entrego faturam cerca de três mil reais por mês, conta João Paulo Camargo, CEO do empreendimento.
Neste ano, 10 mil entregas foram feitas e a startup faturou 100 mil reais. O negócio pretende realizar 300 mil entregas em 2017 e chegar a um faturamento de 2 milhões de reais. A Eu Entrego está em todas as regiões do país, mas opera principalmente em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Veja as últimas novidades sobre a Eu Entrego.
4. F(x)
E se conseguir alguém para investir na sua empresa fosse tão fácil quanto procurar um encontro no aplicativo Tinder? Foi o que pensou o empreendedor Dan Cohen. Ele criou a F(x), uma intermediadora entre médias e grandes empresas e investidores. O negócio começou a realmente operar em junho deste ano, após um período de desenvolvimento beta.
A startup é um marketplace de crédito: as empresas se cadastram e colocam quais suas condições para o financiamento (valor do aporte e porcentagem de participação no negócio, por exemplo). Ao mesmo tempo, as instituições cadastradas na plataforma fazem propostas para esse negócio, que pode selecionar as que forem mais adequadas. Assim que o acordo for fechado, a F(x) emite um certificado de exclusividade e o pagamento do financiamento ocorre fora da plataforma.
“Nosso algoritmo identifica entre 85 financiadores quais os que têm a maior probabilidade de interesse em fechar um acordo com a empresa”, explica Cohen. Essas instituições financeiras não pagam nada para participar, só cadastram seu perfil de crédito. Já as empresas pagam uma taxa que varia de 1 a 2% do financiamento pedido por elas, só após o contrato ser fechado.
Como modelo de renda extra, a F(x) abre a possibilidade de atuar como consultor, indicando empresas para a plataforma. Geralmente, esses consultores têm experiência no segmento financeiro e possuem relacionamento com empreendimentos que podem precisar de financiamento.
“Eles já costumavam fazer isso de forma offline para empresas, visitando financiadores que poderiam ter interesse no negócio que está pedindo crédito e cobrando pela intermediação. Isso gera um custo altíssimo de deslocamento e de tempo desse consultor, além de não haver muita competição entre as próprias instituições financeiras”, explica Cohen.
“Agora, temos uma solução mais automatizada. O consultor pode se dedicar muito mais a cultivar relacionamentos e deixar o trabalho de busca de instituições com a plataforma. Esse consultor recebe um treinamento para fazer o pitch aos empresários e recebe 25% do que nós ganhamos após um contrato ser fechado [de 1 a 2% do valor total].”
Em seis meses de operação real, a F(x) contratou 120 consultores. Os tickets médios de negociação são de 5 milhões de reais – e os melhores trazem cerca de três empresas por mês, diz Cohen. Cerca de 100 milhões de reais já foram fechados em contratos feitos apenas por consultores.
Hoje, a F(x) possui 43 empresas listadas e 56 em processo de checagem de garantias de documentos e informações. Para 2017, o negócio quer incluir de 8 a 12 empresas por mês.
Conheça a história da F(x) em mais detalhes.
5. Inmais
Pense no seu programa de fidelidade e nas suas queixas quanto a ele. Agora, pense: e se o seu programa permitisse que seus pontos nunca expirassem? E que você pudesse transformar o que foi acumulado em dinheiro, para sacar quando quiser? E, mais ainda, que a visualização desses pontos (e o significado deles) fosse mais acessível?
O InMais é um programa de fidelidade flexível, que surgiu em 2014 a partir das necessidades que os usuários de programas comuns apresentavam. “Nascemos para entender a falta de liberdade do cliente a falta de transparência sobre o que significava esse ponto de fidelidade. Entendendo, logo transformamos tais demandas em um produto”, explica Flávia Michels, diretora de marketing do Inmais.
O usuário faz um cadastro gratuito no Inmais e, por meio da plataforma, deve acessar os sites parceiros. No caso de lojas físicas, ele fornece seus dados do Inmais na hora da compra. Comprando dessas duas formas, o usuário acumula pontos que nunca vencem.
Cada centavo gasto em compras vale um ponto do Inmais. É possível resgatar produtos ou, caso a pessoa precise de uma renda extra, pode optar pelo resgate em dinheiro. Este é feito ou em crédito na conta bancária ou por meio de um cartão pré-pago da startup, carregado com o crédito adquirido.
O negócio possui parcerias com marcas como Americanas, Cinemark, Fast Shop, Fnac, Polishop e Tramontina. Como proposta de monetização, o Inmais recebe um valor em cima do parceiro comercial. Ele deve pagar uma margem para a startup quando o usuário fizer uma compra redirecionada pela plataforma. Segundo Michels, uma vantagem para a empresa é que ela pode ativar mais o seu comércio, colocando a troca de pontos como um argumento de venda.
Ao todo, 269 mil pessoas estão cadastradas no Inmais, sendo que 82% delas optam pelo resgate em dinheiro. A média de resgate é de 50 reais por mês. Para 2017, a meta é chegar a 4 milhões de usuários.
Saiba mais sobre como funciona o Inmais.
6. LocalChef
Você é bom na cozinha e gostaria de obter uma renda extra com isso? A LocalChef teve a mesma ideia: a startup é um marketplace que conecta consumidores a chefes que cozinham de suas próprias casas.
“Temos tanto chefs profissionais quanto pessoas que apenas cozinham em casa de forma amadora. Nós fazemos uma curadoria, disponibilizamos um perfil para o cozinheiro no nosso site e fazemos e logística de entrega da comida para ele”, explica Celso Mizaki, sócio-fundador da LocalChef.
O usuário entra na plataforma, coloca seu CEP e vê as opções de comida próximas. O consumidor pode ver o perfil do chef e avaliações feitas por outros usuários. Após o pedido ser feito, a LocalChef retira a comida na casa do cozinheiro e a leva até o cliente, cobrando do profissional de cozinha uma taxa que varia de 12 a 15% sobre o valor final do pedido.
O negócio começou em junho deste ano e já possui 1 500 usuários cadastrados na plataforma. São 150 chefs e 2 mil itens no cardápio da LocalChef. No mês passado, o empreendimento concretizou 650 pedidos.
Segundo Mizaki, a maioria dos empreendedores que obtém sucesso são realmente chefs, que cozinham em tempo real. Há casos de quem fatura 4 mil reais por mês, fazendo de 60 a 70 pedidos por mês.
“Essas pessoas foram demitidas de restaurantes ou cansaram da rotina desses estabelecimentos. Geralmente, são os que se dão melhor. Mas tem quem faça como renda extra, com menos tempo para atender pedidos e, portanto, menos rentabilidade.”
A LocalChef opera na cidade de São Paulo e nas regiões ABC e Guarulhos. O negócio cresce ao ritmo de 30% ao mês, diz Mizaki, e pretende ter 400 chefs em São Paulo até o fim de 2017. Além disso, quer expandir para outras duas cidades: Brasília e Rio de Janeiro.
Conheça a história da LocalChef em mais detalhes.
7. Workana
A Workana foi criada em 2012 pelo empreendedor Thomas O’Farrell e tem como objetivo conectar pessoas que pedem serviços remotos com freelancers dispostos a fazê-los.
“A geração de hoje quer autonomia, e a Workana é uma solução muito boa para eles”, defende O’Farrell. “Você pode escolher quantas horas quer trabalhar por semana, e não precisa mais se mudar para grandes cidades para conseguir um bom trabalho.”
Os projetos mais comuns são na área de comunicação, design e tecnologia da informação. Dos 500 mil freelancers cadastrados na plataforma, cerca de metade é brasileira.
Funciona assim: o cliente se cadastra e publica gratuitamente um projeto. A partir daí, recebe propostas de pessoas que buscam uma renda extra. O cliente pode olhar o perfil de cada pessoa, incluindo avaliações. Ele escolhe, faz o pagamento para a plataforma e o freelancer começa seu trabalho remoto. A Workana guarda o pagamento do projeto e o libera apenas quando o freelancer terminar o serviço, tirando uma comissão de 15%.
150 mil projetos foram feitos por meio do Workana em 2015 – para 2016, a meta é chegar a 200 mil projetos. O ticket médio desses projetos é de 350 reais, mas varia muito com o tipo de trabalho desempenhado.
Novamente, há tanto profissionais quanto amadores. Mas quem realmente quer faturar precisa de dedicação integral. “A gente tem tanto aquela pessoa que é exclusivamente freelancer quanto a que apenas complementa sua renda. Para chegar ao topo do ranking, você tem que dispor de mais tempo e ser totalmente freelancer.”
O objetivo da Workana agora é continuar crescendo em número de projetos e melhorar a experiência de consumidores e freelancers na plataformas. Para isso, tem o plano de lançar um aplicativo mobile.
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