FEEDBACK
Chamo de “feedback” o retorno que um colega dá a outro sobre um assunto, desempenho, etc. E quero fazer uma pequena comparação com o tênis e o frescobol.
O Tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro. O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar.
O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente aí que vai dirigir a sua cortada (PALAVRA MUITO SUGESTIVA, QUE INDICA SEU OBJETIVO CLARO DE TOCAR, INTERROMPER E DERROTAR). O prazer do tênis se encontra justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que para o jogo ser bom é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito, e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.
Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra (POIS O QUE SE DESEJA É QUE NINGUÉM ERRE). O erro no frescobol é um acidente lastimável: o que errou pede desculpas e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo esse delicioso jogo em que ninguém marca pontos…
Agora veja algumas comparações:
1) Se enviarmos o “feedback” como enviamos a bola num jogo de tênis, corremos o risco de destruir o colega, de criar conflitos e de distanciar as pessoas. Podemos ter o fornecedor do “feedback” feliz por ter falado, mas um receptor frustrado, com sentimentos de um perdedor.
2) Se enviarmos o “feedback” como num jogo de frescobol, estaremos cuidando para que o outro não seja um perdedor. O “feedback” deve ser enviado com sentimento de ajuda, para o outro acertar. Para ninguém ganhar sozinho, para que dois sempre ganhem juntos. Há um desejo de que o outro cresça continuamente.
Que todos os gestores possam ter sempre este sentimento: dar um “feedback” com o sentimento de ajuda, para fazer as pessoas crescerem, pois desta forma, todos ganham.
Washington Sorio
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