4 regras de etiqueta no trabalho que muita gente (ainda) quebra
Etiqueta não é bobagem: os detalhes fazem, sim, toda a diferença. Veja 4 princípios que tornam um ambiente de trabalho mais agradável e produtivo
São Paulo — Você tem a impressão de que certas regras clássicas de etiqueta são antiquadas, supérfluas ou até fúteis? Talvez você tenha razão, mas só se estiver pensando em rituais estereotipados, que criam uma formalidade artificial e vazia no mundo corporativo.
Por outro lado, códigos de comportamento que refletem genuínos sentimentos de empatia, gentileza e consideração pelos demais não são bobagem: eles constroem ambientes de trabalho mais felizes e podem alavancar a carreira de quem os coloca em prática.
“Muitos profissionais se preocupam demais com as competências técnicas e descuidam das habilidades sociais, que são um ingrediente básico da sua imagem no mercado”, diz Silmara Adad, supervisora do curso de etiqueta e comportamento corporativo do Centro Europeu.
Pequenos gestos que denotam educação e elegância podem fazer toda a diferença. Afinal, interagimos durante muitas horas com colegas de trabalho todos os dias — e, com acúmulo trazido por essa intensa convivência, os “detalhes” da postura de cada um podem provocar (ou evitar) grandes conflitos.
Para a consultora de imagem Renata Mello, estar atento às sutilezas da interação social no trabalho é importante até quando as pessoas à sua volta não pareçam se importar com etiqueta. “Você pode até ter a impressão de que isso não é valorizado pela empresa, mas você certamente será percebido se der um exemplo positivo de comportamento”, explica ela.
Confira a seguir 4 regras básicas de convivência no trabalho que muita gente ignora, mas não deveria:
1. Mostre que você se importa
Este é um princípio geral que se aplica às mais diversas situações cotidianas. A pontualidade é o primeiro exemplo mencionado por Silmara. “Quando você chega no horário combinado de um almoço ou reunião, por exemplo, prova que tem empatia, credibilidade, que está comprometido com o outro”, explica ela.
O mesmo vale para a comunicação com clientes, chefes e colegas. Se você recebe um e-mail ou telefonema, é fundamental dar algum tipo de retorno, ainda que não seja com a resposta ou solução final esperada pelo interlocutor. A pior alternativa é ignorar as mensagens ou não dar uma devolutiva prometida. Ninguém gosta de falar sozinho.
2. Lembre que o espaço é compartilhado
Escritórios sem paredes são cada vez mais comuns, o que proíbe certas atitudes perfeitamente inofensivas em outros contextos. Você pode afetar a concentração dos seus colegas se comer um lanche com odor forte ou passar esmalte nas unhas, por exemplo.
O nível de ruído é outro ponto de atenção. “Evite conversar muito alto ou deixar que a música escape dos seus fones de ouvido”, aconselha Renata. Isso não significa que o ambiente precise ter a atmosfera de um monastério: os sons são perfeitamente admissíveis, e até desejáveis, mas o nível de decibéis não pode chegar ao ponto de atrapalhar uma pessoa que queira se concentrar.
3. Não aja como se a internet fosse um mundo à parte
A facilidade de conversar com a ajuda da tecnologia tem criado muitas distorções, mal-entendidos e grosserias nem sempre intencionais, dizem as especialistas ouvidas por EXAME.com. Mandar e-mails ou mensagens de celular fora do horário de expediente, publicar fotos inadequadas no Facebook ou compartilhar piadas de gosto duvidoso em grupos de trabalho no WhatsApp, por exemplo, são erros cada vez mais comuns.
“A internet não é um mundo à parte e ninguém está realmente protegido atrás de uma tela”, diz Silmara. “Para evitar problemas, não diga nem faça nada que você não faria na vida offline”. O bom senso também vale para as discussões nas redes sociais sobre assuntos polêmicos, como política. Dentro ou fora da internet, é preciso manter uma postura elegante e respeitar as divergências.
4. Saiba a hora de ouvir, falar e calar
Você não tira os olhos do celular enquanto conversa com um colega? Desenvolve verdadeiros monólogos em reuniões ou almoços de negócios? Talvez seja preciso repensar o espaço da escuta no seu dia a dia. “Oferecer a sua atenção plena é uma atitude cada vez mais rara nos últimos tempos, mas é essencial”, afirma Renata.
Ter consciência dos momentos em que é preciso expor a sua opinião ou fazer perguntas é igualmente importante. Antes do início de uma reunião, por exemplo, é necessário sair do “casulo” e ter conversas informais com quem está está sentado ao seu lado.
Por outro lado, diz Silmara, respeitar e etiqueta também significa ficar em silêncio ou adiar conversas quando necessário. “Se o assunto exige sigilo, evite ambientes públicos, como o elevador da empresa, ou mesmo o telefone da sua mesa”, explica ela. “Interrompa a conversa de forma educada, e leve a discussão para um ambiente privado, onde a confidencialidade será garantida”.
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