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Como entender os questionamentos de seu time?

Escrito por Alexandre Prado*

loupe-alex-pradoComo entender os questionamentos de seu time?

Quando indivíduos se veem incluídos em um novo grupo, naturalmente surgem várias perguntas em suas mentes, muitas delas inconscientes. Em regra, segundo a neurossemântica – área de pesquisa criada pelo Dr. L. Michael Hall, Ph.D. – isso acontece com cada um de nós, em todos os meios em que vivemos. Em grupos ou equipes formados no ambiente corporativo, mais especificamente, o líder tem papel fundamental para satisfazer os anseios e questionamentos daqueles que convivem coletivamente, sob sua égide.

O líder que souber quais são tais perguntas, em regra, estará apto a contribuir de maneira mais eficaz e produtiva com seus liderados e com a harmonia dentro do grupo. O líder que objetiva transformar um grupo em uma equipe, em um novo organismo vivo e autossuficiente, gerador de resultados extraordinários, tem aqui algumas boas dicas do que e como pensam os participantes de um grupo.

A primeira pergunta é ‘Podemos falar a verdade aqui?’ – trata-se de um aspecto básico relacionado à sobrevivência do indivíduo. Aborda-se aqui se o membro do grupo poderá ser autêntico e verdadeiro ou se terá que fingir, atuar, esconder-se atrás de papéis? Se for ele mesmo, sobreviverá no grupo? Ou terá que desempenhar um papel para agradar aos outros e ao gestor? Também há o aspecto da confidencialidade, onde o indivíduo buscará perceber se o que for tratado e abordado dentro do grupo ficará somente com o próprio grupo. Em suma: o grupo é capaz de sobreviver a um encontro com a verdade e com a realidade?

A segunda pergunta é ‘É seguro?’ – busca-se com esta questão esclarecer se é seguro agir conforme as próprias convicções. Busca-se inferir se a capacidade de adaptação e o confronto sadio é aceitável ou se deve tolher-se. Todos temos vulnerabilidades, mas, nem sempre sentimo-nos confortáveis e motivados a expô-las a outras pessoas. Se o individuo perceber que há jogos de poder e que suas fraquezas podem ser futuramente usadas contra ele, tenderá a resguardar-se. Estou em um ambiente aliado ou não?

A terceira pergunta é ‘Estou incluído?’ – o cerne aqui relaciona-se ao sentimento de pertencer ao grupo. O indivíduo sente-se acolhido, aceito, convidado e apoiado? Trata-se aqui do senso de pertencimento. O indivíduo está “dentro” ou “fora” do grupo? Ele realmente faz parte do grupo? É bem quisto pelos demais indivíduos?

A quarta pergunta é ‘Eu terei alguma influência?’ – o aspecto relevante aqui é o quão empoderado sente-se o indivíduo e se poderá contribuir de forma efetiva e válida ao coletivo. Sua participação, voz e opinião vão contar? Os demais participantes vão ouvi-lo? Poderá fazer a diferença no modo como o grupo funciona e nos resultados que são aferidos?

A quinta pergunta é ‘Eu conto? Posso ser eu? Posso ser autêntico?’ – o principal ponto é o significado pessoal alcançado. Quanto que participar do grupo está alinhado aos próprios princípios e valores; como esta participação alinha-se ao seu senso de honra e (auto)estima? É importante para o grupo sendo quem verdadeiramente é?

A sexta pergunta é ‘Vou me divertir? Será emocionalmente satisfatório?’ – o mote aqui é quão tocado será o indivíduo por participar do grupo. Como emocionalmente será afetado – positiva ou negativamente – estando inserido no time? Qual a conexão emocional com os outros membros do grupo? Fundamentalmente, se irá ser agradável e divertido, ou se será chato e estressante. Na medida em que a participação no grupo for agradável, sentir-se-á motivado a continuar participando e contribuindo.

A sétima pergunta é ‘Podemos trabalhar juntos?’ – está relacionada ao espírito de equipe e ao trabalho com outras pessoas. A questão essencial reside em se poderá ter sucesso trabalhando em grupo e alcançar melhor resultado do que se estiver separado. Pode ir além da mera cooperação para criar um real senso de colaboração saudável, onde cada um está comprometido com o resultado do grupo, mais do que com os próprios resultados individuais? Quanto do ego individual pode afetar a performance do grupo?

A oitava pergunta é ‘Podemos trazer o melhor uns dos outros para a alta performance de todos?’ – trata-se de uma visão mais sistêmica onde, o indivíduo sozinho, é menos importante do que o grupo. O grupo pode contribuir para que cada um alcance sua melhor performance? Cada um pode emergir como o facilitador do outro visando a máxima performance da equipe? Podemos trabalhar juntos, em alto nível, de forma nos tornarmos uma equipe altamente eficaz?

Na medida em que o líder torna-se consciente dos anseios dos indivíduos por ele conduzidos dentro do grupo, a conduta que adotar será determinante para o sucesso coletivo, de cada um de seus participantes e do seu próprio. Percebendo, por exemplo, que cada um busca compreender se o ambiente é seguro e confiável, poderá estabelecer parâmetros de convivência pautados em respeito e confidencialidade, onde tudo o que for tratado no grupo, deverá ser mantido no grupo e que a participação de todos é encorajada e importante.

O líder que for hábil na condução do grupo e conseguir inspirar seus participantes a serem os melhores indivíduos que puderem, seguramente obterá resultados diferenciados.

Por um momento, proponho ao leitor que faça uma reflexão sobre si mesmo: imagine-se em um grupo onde sente-se seguro e incluído; onde pode ser verdadeiro e autêntico, sem máscaras, ser a si mesmo; onde sente-se confortável em contribuir, influenciar e ser influenciado; onde sua opinião e ponto de vista contam; onde trabalhar em coletivo é mais divertido e satisfatório do que sozinho; onde os resultados e performance do grupo são melhores que a soma dos resultados e performances individuais. Como se sente?

A resposta a esta breve questão é exatamente o que almejam sentir os participantes de um grupo. Na verdade, na medida em que cada um do grupo sentir-se como o leitor na reflexão acima, o aglomerado de pessoas não será mais um grupo, mas sim uma equipe. Um indivíduo não é perfeito, mas uma equipe pode ser, e o resultado passa por uma liderança ciente, consciente e focada em inspirar a cada um, visando o resultado do todo!

*Alexandre Prado é coach e professor de cursos na área de desenvolvimento humano e organizacional, e é presidente da Núcleo Expansão.  Tem no currículo pós-graduação em Administração Financeira, MBA em Mercados Financeiros e mestrado em Economia.

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A Loupe Consultoria em RH é uma consultoria em Recursos Humanos especializada na busca de candidatos em middle management, em todo o território Nacional.

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