Futuro do presente do trabalho
Como será o futuro do trabalho? Ou será que o futuro já está presente? Liberdade, conhecimento, estabilidade, autonomia e propósito estão entre os principais desejos dos trabalhadores em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa ADP sobre Evolução do Trabalho.
O mundo está em constante evolução. Mudanças na tecnologia, cultura e economia transformam profundamente a forma como nos relacionamos com as pessoas e, consequentemente, como encaramos o trabalho. É difícil alterar determinados padrões de comportamento, até porque nos apegamos aos costumes, mas algumas mudanças acontecem tão gradativamente que quando nos damos conta, o futuro (que inocentemente tentamos discutir) já está diante dos nossos olhos. Aquela epifania que faz você perceber que o futuro está presente!
De olho na velocidade com que o ambiente de trabalho vem mudando, o Instituto de Pesquisa ADP entrevistou 2000 indivíduos, que atuam em empresas com mais de 250 funcionários, ao redor de 13 países da América do Norte, Europa, Ásia e América Latina para desenvolver o estudo “Evolução do Trabalho 2016”. O objetivo da pesquisa é analisar as principais tendências que vão construir as bases do modelo de trabalho.
Logo chegaremos aos fatos, mas antes de qualquer coisa, vamos fazer uma experiência? Pergunte ao seu pai/tio/avô (ou qualquer pessoa com mais de 50 anos) como era um dia de trabalho normal em sua vida. Provavelmente, ele vai dizer que acordava, tomava café, banho, se arrumava e ia para o trabalho. O mesmo trajeto todos os dias e, com sorte, mais de 20 anos na mesma empresa (o que garantiria um certo conforto na aposentadoria). Seu chefe ditava as regras e ele voltava pra casa ao final do dia (depois de 8/9/10 horas de trabalho). É isso mesmo?
Agora, vou te contar como as pessoas entrevistadas no estudo vislumbram um dia de trabalho: elas acordam, revisam seus compromissos pautados por elas mesmas, não tem cobrança de chefe ou necessidade de trabalhar um número exato de horas por dia. A produtividade é o que move o trabalho. Não tem posto fixo e, talvez, nem empresa fixa – elas vão trabalhar onde suas habilidades são requeridas. A motivação para o trabalho deixa de ser o cheque e benefícios no final do mês, afinal, estas pessoas buscam uma atividade com propósito (e que de preferência cause algum impacto social). Estão constantemente inspiradas porque trabalham em áreas de seu interesse e estão aprendendo algo novo frequentemente.
Parece utópico? Entretanto, é assim que já está funcionando para muita gente. Obviamente, a legislação trabalhista precisa acompanhar as evoluções práticas e proteger esses trabalhadores de possíveis abusos (o que, infelizmente, também já está rolando). Mas não é maravilhoso imaginar um mundo em que você realmente desfruta do seu trabalho? O velho modelo de trabalho está colapsado, as empresas não tem vagas o bastante para atender toda a massa trabalhadora e o índice de desemprego não para de crescer – principalmente na América Latina. Em momentos de crise somos obrigados a nos reinventar e é isso que estamos fazendo!
A tecnologia introduziu flexibilidade, tanto para empregadores quanto para funcionários, o que possibilita maior liberdade e conectividade sem as limitações de tempo e lugar. A grande mudança não é apenas no ambiente de trabalho, mas de mentalidade.
Afinal, quais são as necessidades básicas dos trabalhadores?
Dinheiro, sucesso, plano de carreira, estabilidade financeira? Não exatamente! Tirando a estabilidade, que também aparece no estudo como fator primordial, os desejos dos novos trabalhadores são outros. Eles querem liberdade para trabalhar onde, como e quando quiserem. Conhecimento também é importante e a tecnologia democratiza o acesso à informação sobre qualquer área de desenvolvimento (o sucesso dos MOOCs de plataformas fizeram o ensino à distância dar um salto). Autonomia é imprescindível para definir suas agendas e obrigações de acordo com o que é conveniente e funciona para eles. E quem não quer ter um trabalho do qual se orgulhe e que, ainda por cima, pode ter um impacto positivo na sociedade?
Fonte: Administradores.com
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