Liderança conectada ao futuro
O líder conectado ao futuro deve preparar suas atitudes no presente
Onde foram parar os líderes? Porque estamos tão carentes de exemplos de líderes? Falta liderança em todas as principais instituições mundiais: Governo, negócios, religião e artes. Diante disso, nunca antes esse saber dos relacionamentos humanos foi mais valioso e mais procurado.
Ser líder é um conceito abstrato e muitas vezes intangível, com diversas possibilidades de interpretações, comparações e referências que ultrapassam culturas, hábitos, comportamentos e manifestações sociais. Os novos comportamentos e expectativas dos profissionais de hoje estão pressionando as empresas a adotarem mudanças significativas nas relações com seus empregados, pois o modelo atual surgiu há mais de cinquenta anos e não reflete, mas a realidade.
Praticamente todas as pessoas tem acesso a internet e a um endereço de e-mail. Precisamos de líder que convençam ou inspirem ao comportamento conforme novas regras.
Nos próximos dez anos, os líderes terão o desafio de resolver problemas que as gerações anteriores não puderam superar e solucionar aqueles que ainda nem existem. Hoje com a rotatividade, os gestores precisam criar soluções para diminuir os elevados custos de recontratação e retreinamento de seus colaboradores, além de absorver os custos indiretos com as perdas de talentos, com o desenvolvimento das futuras lideranças da corporação.
No passado, a ordem do chefe dava ao funcionário a motivação, necessária. Hoje, os líderes precisam criar motivação, por meio do envolvimento dos demais na missão, com os mesmos objetivos, mas por meio de processos diferentes. Convido a vocês leitores a refletir sobre esta nova ordem de gestores, líderes, condutores de equipes e colaboradores a entregar resultados diferentes para os clientes, com a parceria das equipes, devolvendo esperança a todos de perspectivas de crescimento profissional, ajudando no atingimento de metas profissionais e pessoais.
Qualidades em Liderança
Mais recentemente, pesquisa realizada com 379 pessoas pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), constatou que 63,6% dos entrevistados acreditam que as empresas não têm líderes suficientes para suprir as necessidades dos próximos três anos.
Se pensarmos com calma perceberemos que no Brasil faltam pessoas que sejam referências para os mais novos, que dê exemplo de vida, de respeito ao próximo, seja ele cliente ou da equipe, em todos os setores, empresarial, político e até esportivo.
Para piorar a situação, a escassez de mão de obra qualificada no nível operacional, apresenta outro grande desafio aos gestores e líderes: a retenção de talentos. De acordo com dados da pesquisa realizada pela ABRH Nacional: 83,6% dos participantes acham que será mais difícil reter talentos a partir de agora, devido ao apagão de mão de obra, e 31% não sabem o que fazer para retê-lo.
Neste aspecto os líderes sofrem por dois lados. O primeiro de se achar as pessoas com talento para fazerem parte da equipe e da organização, e depois quando acham e capacitam e preparam para o futuro, o mercado é competitivo, por isso é necessário um cuidado especial com estes novos talentos.
O perfil dos profissionais que atuam em cargos de liderança em empresas no Brasil está bem longe do idealizado por eles mesmos. É o que aponta uma pesquisa da Hunter Consulting Group, realizada com 300 executivos de grandes empresas com atividade no país. A competência dos líderes mais citada como desejada pelos executivos, por exemplo foi a capacidade de desenvolver pessoas (88%). No entanto apenas 31% deles admitem que suas equipes possuem esta habilidade. Entre as competências exigidas a primeira que se destaca é o foco em resultados. Em segundo lugar vem a gestão de pessoas, seguida pela orientação estratégica e o bom relacionamento interpessoal.
Os líderes hoje estão muito no operacional, deixando de lado, ou não priorizando, o seu desenvolvimento profissional, para serem os guias, líderes que a sociedade precisa, especialmente o empresarial, para conduzir suas equipes aos resultados esperados pelas organizações, prevendo a competição acirrada no futuro por cada cliente existente.
Sempre se discute se as pessoas nascem líderes ou se formam líderes. Muito já li a este respeito e minha conclusão no momento é de que as duas opções existem realmente. As pessoas nascem com dom e podem se desenvolver nas suas habilidades. Para começar existem certos traços bastante claros pelos quais mestres em liderança podem ser identificados, como o modo como eles envolvem outras pessoas não importando em que situação, seja numa sala de café no intervalo do horário de trabalho, seja interagindo durante uma reunião de trabalho. Algumas dessas qualidades são otimismo, animação, criatividade e a capacidade de superar obstáculos.
Depois do Interesse sincero pelas pessoas, o otimismo é o elemento mais importante do talento da liderança. Não há nada de novo nisso e esse foi o assunto do livro de grande sucesso do psicólogo Martin Seligman. Em seu livro “Aprenda a ser Otimista”, Seligman mostrou que uma enorme porcentagem de indivíduos bem-sucedidos compartilhava de uma característica fundamental: a crença de que as coisas sairiam bem. Isso mostra-se mais importante que formação educacional, conexões comerciais ou recursos financeiros. Também é interessante destacar que era mais importante do que estar certo. Os pessimistas podem, ás vezes estar certos em pensar que os esforços terminarão mal, mas este pensamento sobre o futuro só leva a ficar inerte no presente.
Os otimistas, por outro lado, se recusam a receber um não como resposta. Eles insistem e não desistem. Quando as coisas dão errado, não acreditam que erraram, pois é assim que o Universo é construído. Em vez disso, veem aquilo como uma pequena falha temporária. Este é o espírito do empreendedor, do criativo, do inovador, que tanto agrega aos produtos e serviços de uma organização e na vida de uma sociedade.
Mestres em liderança acham, sabem e sentem que vão conseguir o emprego. Que vão receber a promoção. Que vão fechar o negócio e que serão mais bem-sucedidos quanto serão no ano seguinte. É essa a abordagem positiva que você aplica a todas as áreas de sua vida? Se não é, por favor preste atenção e fique otimista: sua atitude vai mudar. Para quem acredita é a lei da Atração, pense positivo, e será bem-sucedido.
A animação é companheira natural do otimismo e, por si só merece alguma atenção. Por razões que talvez não sejam exatamente claras, as pessoas costumam associar maneirismos sérios ou tristes à inteligência. Talvez presumam que quem parece sério ou preocupado saiba algo que não sabemos. Seja qual for o caso, a conexão entre melancolia e sabedoria é infeliz e improdutiva e não é compartilhada por ninguém em nenhuma parte do mundo. Hoje com as novas gerações Y e Z, vemos o quanto a informalidade e a liberdade de atuação, trazem benefícios para os resultados das empresas.
Na China, por exemplo, a felicidade está associada à inteligência e a tenacidade, particularmente à medida que as pessoas envelhecem. Uma pessoa que já enfrentou as provocações da vida e mantém a habilidade de ser feliz deve ser uma pessoa forte, um sobrevivente, alguém qualificado para liderar. Os melhores líderes consideram que seu negócio é comunicar animação ás pessoas de sua vida profissional e pessoal, passar entusiasmo a todos.
Líderes prontos não só estão preparados para fazer o que é necessário, como também ficam felizes em fazê-lo e vencer o desafio, é uma satisfação pessoal, faz bem ao espírito.
Todos nós enfrentamos altos e baixos, alguns bastante sérios, mas o talento de um líder verdadeiro é a capacidade de comportar-se positivamente, mesmo quando as coisas aparentemente estão dando errado. Em resumo, aparentar melancolia não é sinal de inteligência e mostrar animação diante da adversidade certamente não é ignorância. Pelo contrário, é um sinal de maestria na liderança. Ainda mais se você é uma pessoa que acredita na lei da atração, se pensar negativo, o negativo acontecerá, mas do contrário se pensar coisas boas, estiver otimista, muita coisa boa estará reservada para você.
Um terceiro aspecto do talento na liderança é a criatividade. Muitos têm dificuldades de definir e mensurar a criatividade. Uma forma de pensar é definindo criatividade como a habilidade de fazer algo de valor maior a partir de algo de valor menor. Para ir além, dizer que é a capacidade de fazer algo de valor a partir do nada. A animosidade provavelmente não produzirá nada de positivo, mas amigos trabalhando juntos podem fazer milagres, estamos na Era do compartilhar, de construir juntos, em equipe.
Uma forma diferente de criatividade acontece quando um sonho é transformado em realidade e se torna um objeto tangível, quando beneficia o mundo e certamente a nós mesmos. Talvez essa seja realmente a mais alta expressão criativa, já que desejos, pensamentos e sonhos são o fundamental de nossa realidade. Um dos grandes exemplos foi Walt Disney, como começou seu império de animação.
A vida de Walt Disney também ilustra um quarto aspecto da capacidade de liderança. É a resistência, a capacidade de recuperar-se de reveses e desapontamentos (ou no caso de Disney, de fracassos completos). No início, ao invés de desistir pelos fracassos adquiridos, ele insistiu, até construir o império que nos contagia até hoje com sua magia.
Ter interesse sincero nas pessoas, característica hoje muito difícil, otimismo, animação, criatividade e a capacidade de superar a tristeza, a decepção ou o fracasso são as marcas do talento em liderança. Aprenda a reconhece-la nas pessoas. Procure-as em si mesmo e, se descobrir que não as possui, faça tudo o que estiver ao seu alcance para conquista-las, a partir de hoje.
Líderes eficientes estabelecem o ritmo para toda a organização. Não é uma questão de saber mais do que os outros. Muitos líderes não são os maiores especialistas de suas empresas. Liderar significa trabalhar duro, algo que qualquer um pode fazer. Trabalho duro sempre vence talento preguiçoso, e trabalho duro talentoso passa por cima de qualquer coisa. Portanto, acerte seu despertador. Acorde mais cedo.
Normalmente a melhor maneira de exercer autoridade é simplesmente manter a boca fechada. O verdadeiro líder não é a pessoa que mais fala. É a pessoa que precisa falar menos. Como diz o ditado, DEUS nos criou com dois ouvidos e apenas uma boca, portanto, vamos respeitar o próximo e ouvir mais.
Isso é especialmente verdadeiro em reuniões e apresentações. Quando você estiver numa posição de liderança e quiser projetar uma imagem de confiança e maturidade, concentre-se naquilo que os outros estão dizendo, mas fique em silencio. É surpreendente ver quantos erros você deixa de cometer quando passa mais tempo ouvindo do que falando. Respire, pense e se expresse, esta é a lógica do bom líder.
É comum descobrir que a melhor solução para um problema é passar um bom tempo ouvindo os pontos de vista das outras pessoas antes de formar o seu próprio. Fica até educado, quando você dá chances as pessoas em sua volta.
Nas conversas do dia a dia, a maioria das pessoas mal podem esperar para expor seu ponto de vista – sobre filmes, esportes, musica, comida, o que for. Existe um clima de ansiedade no ar, que beira a falta de educação com a pessoa que está se expressando
Às vezes, as pessoas confundem-se com perguntas e respostas. O fato de um líder fazer uma série de perguntas, desde que bem-feitas, num ameno e bem formuladas não significa que ele esteja incerto ou confuso. Pelo contrário, líderes que perguntam o fazem porque pretendem tomar a melhor decisão possível e, para fazê-lo, precisam de informações, subsídios. Por outro lado, muitos dos problemas não são resolvidos porque as respostas parecem mais óbvias do que realmente são.
Se, por exemplo, um projeto está atrasado e aparentemente ninguém sabe a razão, não pergunte “quem é o responsável por isso? ”, parecendo procurar o culpado. Muitas questões subjacentes são desprezadas por gerentes não dispostos ou incapazes de fazer perguntas mais profundas.
Assim que obtiver a informação requerida, aja com ousadia. Líderes eficientes tomam decisões seguras, não ficam em cima do muro, este é o poder da liderança, a decisão.
Isto não significa que você jamais possa mudar de ideia. Mas, se o fizer, certifique-se de fazer isso em raríssimas ocasiões, e somente nas situações que realmente o exijam, esta atitude, mostra simplicidade e amadurecimento. Esteja preparado para ser questionado de uma decisão, principalmente se esta não foi a melhor decisão.
Em especial quando você estiver há pouco tempo num cargo ou se tiver acabado de entrar numa organização, não se preocupe se, as vezes você tiver de fingir que sabe o que está fazendo. Livros e cursos certamente podem ajudar, mas a verdadeira liderança é uma habilidade que se adquire com a experiência. É uma questão de saber como se comunicar bem e de transmitir confiança em suas próprias habilidades. Isso exige prática!
Marcos Rocha
Consultor em Gestão Organizacional e Coach
http://www.marcosrochacoach.com.br
Excelente artigo!