Motivação no Trabalho: como ela funciona?

Estudar sobre motivação é algo extremamente importante não apenas porque ela determina o que as pessoas vão fazer, quando e como elas vão fazer, mas também se elas vão fazer seu trabalho. Sem algum nível de motivação, o trabalho simplesmente não acontece

Motivação é o motivo que leva as pessoas a ação”.

Eu aposto que assim como eu, você também já deve ter lido essa expressão em algum lugar pelo menos uma vez na vida. Em minha opinião, apesar dela ser bastante didática, o termo peca por ser muito simplista, e é justamente por esse motivo que eu julgo ser uma grande falha querer utiliza-la com o intuito de tentar explicar algo tão complexo.

Se fosse para destrinchar a palavra, eu diria que motivação é a compreensão de alguém sobre o que precisa ser feito e sua disposição em fazê-lo em qualquer dado momento. Mais precisamente, motivação é uma combinação da escolha de alguém em realizar uma tarefa, seu desejo de dedicar esforço em executá-la e a determinação de persistir com esforço.

Na frase inicial do texto, tem-se a impressão de que a motivação se resume a um único fator. Mas não. Existem muitas fontes possíveis de motivação, porém, três se destacam como as mais relevantes para a vida no trabalho, que é o que verdadeiramente nos interessa.

A primeira é a motivação extrínseca. É ela que impulsiona, em alguma medida, a maioria de nós em nosso trabalho. Resumidamente, seria a motivação de fazer alguma coisa de modo a conquistar alguma outra coisa. É o dar para receber.

Ela é o que te motiva a aceitar determinado cargo porque o salário e os benefícios são mais vantajosos dos que os atuais; ou a trabalhar jornadas de 14 horas, a semana inteira, apenas para cumprir um prazo que lhe foi imposto no contrato; ou a fazer tudo o que for preciso para ganhar aquele sonhado prêmio da empresa; ou ainda a escrever um parecer que você sabe que ficará bem por ocasião da avaliação de seu desempenho.

Para fixar o que é motivação extrínseca, tente pensar na famosa analogia da cenoura presa ao cavalo, ficando à frente de visão. É ela, e somente ela, a única inspiração de fazê-lo caminhar.

A segunda é a motivação intrínseca. É o amor pelo trabalho em si. É realiza-lo porque ele é interessante, prazeroso, satisfatório, fascinante ou pessoalmente desafiador. Como o próprio nome diz, tratam-se de razões internas ao indivíduo.

Em outras palavras, a motivação intrínseca se resume por um intenso engajamento no trabalho. Ela pode impulsionar profundas demonstrações de esforço aparentemente não recompensadas. Ou seja, você faz porque gosta, e não pelo fato de ter uma cenoura te esperando após o término do projeto.

Como exemplo, podemos citar o caso das pessoas que trabalham em grandes empresas de tecnologia, como a Apple ou o Google. O desafio de criar algo que poderá deixar uma marca no mundo, mais do que propriamente o dinheiro, é o principal combustível que move esses colaboradores.

E por último temos a motivação relacional, ou altruísta. Ela surge principalmente da necessidade de ajudar outras pessoas. É a crença de que nosso trabalho tem valor real para alguém, um grupo ou para a sociedade em geral.

A motivação altruísta pode ser bastante genérica, como por exemplo: “Meu trabalho ajuda pessoas com câncer de mama”, ou ainda bastante específica, como por exemplo: “Minha pesquisa poderia resultar em um tratamento para a minha esposa com câncer de mama”.

Estudar sobre motivação é algo extremamente importante não apenas porque ela determina o que as pessoas vão fazer, quando e como elas vão fazer, mas também se elas vão fazer seu trabalho. Sem algum nível de motivação, o trabalho simplesmente não acontece.

Além disso, as diferentes formas de motivação podem coexistir na mesma pessoa, ao mesmo tempo, pelo mesmo trabalho.

De fato, quase todas as tarefas intrinsicamente motivadas têm os mesmos motivadores extrínsecos. Por exemplo, você pode ser intrinsecamente motivado pelo desafio de criar uma estratégia de marketing para um novo produto, enquanto ainda está sendo impulsionado pelo prazo da próxima semana para apresentar essa estratégia ao dono da empresa – um motivador extrínseco.

Infelizmente, existe um desagradável lado oculto da motivação extrínseca, uma faceta que muitos gestores não reconhecem: se os motivadores extrínsecos forem extremamente fortes e acentuados, eles podem minar a motivação intrínseca. Quando isso acontece, a criatividade, e consequentemente o resultado, podem ficar prejudicados.

Digamos que o funcionário lembre daquele prazo para apresentar sua estratégia de marketing duas vezes em um mesmo dia; pressionado pelo sentido de que está trabalhando principalmente para cumprir o prazo, ele poderia perder o entusiasmo por criar algo maravilhoso. Dessa forma, a tendência é que ele comece a se concentrar estritamente em apenas executar o trabalho, em vez de explorar em busca de uma estratégica “bacana” e realmente nova.

Por fim, podemos dizer que a maioria das pessoas tem forte motivação intrínseca para fazer seu trabalho, pelo menos no princípio da carreira. Esta motivação existe e continua a existir, até que algo impeça o caminho.

Isso tem uma implicação surpreendente: desde que o trabalho seja importante e significativo, os administradores de empresas não precisam ficar buscando maneiras de motivar os funcionários a executá-lo.

Entretanto, como argumento para ir contra a essa teoria, você ainda pode me dizer que a sua equipe não reconhece o seu trabalho como sendo algo significativo, e por isso você enfrentando grande problemas para motivá-la.

Bem, pelo menos eu acho que agora você já sabe por onde deve começar..

Fonte:Administradores.com

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A Loupe Consultoria em RH é uma consultoria em Recursos Humanos especializada na busca de candidatos em middle management, em todo o território Nacional.

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