O impacto das diferenças culturais sobre as formas de se fazerem negócios internacionais.
As diferenças culturais denotam grandes impactos quando se trata de negociações internacionais. A negociação internacional é complexa e envolve uma série de habilidades e elementos. Por exemplo, cada país possui uma cultura diferente e por isso os fatores que compreendem sua formação está diretamente ligada às relações com os profissionais e os métodos utilizados.
Para Solomon (2002), os efeitos destas diferenças culturais são tão fortes que podemos utilizar o que se chama de “choque cultural”, isto é, quando a discrepancia é visível e sugere um entrave a ser contornado quando falamos em negociações de organizações de diferentes países.
Vamos exemplificar com alguns pontos, o primeiro pode ser que algumas culturas consideram mais importante a forma ou a estrutura do comportamento do que o conteúdo da negociação, ou seja, ao protocolo. Em segundo, para alguns países cumprir o horário e prazos pré-estabelecidos são fundamentais, como na Inglaterra, Suíca, Suécia…onde um atraso pode atrapalhar a evolução da negociação. Outro ponto, pode ser considerado o ritmo da negociação, pois também varia muito conforme a cultura. Alguns países levam em consideração toda a formalidade, tornando a negociação lenta, outros preferem ir direto ao assunto. Uma cultura americana, dita pragmática, a tendência ao objetivismo é muito grande. Podemos ainda analisar um outro ponto, tal como os fatores contratuais e administrativos, variam de país para outro país, pois, alguns países demonstram complexidade burocrática na formação do contrato e outros nem tanto.
Desta forma, podemos observar que são inúmeras variáveis que podem impactar as transações internacionais, para tanto, se faz preciso observar os procedimentos e buscar um tom empático para que uma negociação tenha maior aderencia para as organizações e/ou países. Atualmente as empresas buscam cada vez mais executivos com uma visão Global, capaz de transitar em países de diferentes custumes e que exigem habilidades peculiares para tratar dos negócios. Para Sant’anna, A.de S.; Moraes, L.F.R de; Kilimnik, Z.M. (2005) , algumas das competências mais exigidas pelas Multinacionais são: capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e tecnologias; Capacidade de trabalhar em equipes; Criatividade; Visão de mundo ampla e global; Capacidade de comprometer-se com os objetivos da organização; Capacidade de comunicação; Capacidade de lidar com incertezas e ambigüidades; Domínio de novos conhecimentos técnicos associados ao exercício do cargo ou função ocupada; Capacidade de inovação; Capacidade de relacionamento interpessoal; Iniciativa de ação e decisão; Autocontrole emocional; Capacidade empreendedora; Capacidade de gerar resultados efetivos; Capacidade de lidar com situações novas e inusitadas.
Algumas empresas, sobretudo de países considerados hoje como emergentes e que conseguiram se internacionalizar, conseguiram êxito através de diversos fatores. Desde os anos 1990, os mercados nacionais e estrangeiros se tornaram mais abertos do que em décadas anteriores, efeitos de privatizações em organizações de telecomunicações, mineradoras, que, com mudanças significantes em sistemas de informações e tecnologia (internet) alterou os limites do a empresa e os custos de fazer negócios através das fronteiras. Estes desenvolvimentos dinâmicos municiaram a terceirização e mostrou-se como tendência do mercado, resultando na desintegração vertical das empresas e para a redução da barreira de entrada para as empresas multinacionais dos mercados emergentes.
Países como Rússia, Africa do Sul e Brasil, por exemplo, promoveram vantagens competitivas para suas organizações em função do vasto recurso natural que possuem, já China e India demonstraram vantagem devido ao baixo custo de mão de obra.
Entendemos aqui a vantagem comparativa como a transação entre dois países, pode ser útil, mesmo quando um deles é mais produtivo na fabricação de todos os bens,o custo absoluto de produção não é o fator preponderante e de maior relevância, mas a razão de produtividade que cada país possui para o intercambio dos recursos.
Com isso, os custos de transação e internacionalização se faz necessário buscar fornecedores com baixo custo em diversas Regiões do Globo para se manter competitivo, assim a cadeia de valor foi “fatiada” e dispersa globalmente, incluindo para os mercados emergentes. Por exemplo, a montagem de uma aeronave da Embraer temos componetes da asa oriundos de 4 ou mais países diferentes. Os Mercados de Capitais também se tornou mais aberto e mais integrado do que nunca, permitindo as Empresas multinacionais alavancagem financeira com capital estrangeirol e listar suas ações em bolsas de valores estrangeiras.
A Vale pode aproveitar a vantagem por exemplo dos recursos naturais que possuem no Brasil. Assim como a Gerdau, siderúrgica brasileira internacionalizada, que aparece seus ativos fora do país e mais de 50% de suas vendas e seus funcionários estão no exterior. A Marfrig foi a companhia que mais aumentou seus ativos fora do país. O boom deveu-se principalmente à aquisição de 20 subsidiárias na Europa e América do Sul no ano de 2008. Algumas outras organizações brasileiras que podemos citar através desta vantagem e de outras vantagens, são: Metalfrio, Odebrecht, Aracruz Celulose, Tigre, Artecola e Suzano Papel e Celulose.
Por Bruno Amaro – Diretor Executivo – Loupe Consultoria em RH – Brasil
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